ATA DA QUADRAGÉSIMA QUINTA SESSÃO SOLENE DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 12.11.1987.

 


Aos doze dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Quinta Sessão Solene da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada a homenagear o vigésimo terceiro aniversário da Casa do Poeta Rio-Grandense e o Dia dos Avós. Às dezessete horas e vinte e um minutos, constatada a existência de "quorum", a Srª. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Verª. Teresinha Irigaray, 1ª Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; Sr. Nelson Fachinelli, Presidente da Casa do Poeta Rio-Grandense; Sr. Emílio Prado, Avô do Ano; Sr. Francisco Pereira Rodrigues, Avô-Poeta Orador; Ver. Ennio Terra, proponente da Sessão e, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, a Srª. Presidente leu correspondência recebida alusiva a presente solenidade e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Ennio Terra, em nome das Bancadas do PDT, PT, PL e PC do B, dizendo que hoje se homenageiam duas personalidades distintas mas homogêneas, os avós e os poetas, discorreu sobre os primeiros, declarando serem eles testemunhas oculares da vida e da história, companheiros das horas boas e más. Congratulou-se com os avós pelo transcurso de seu dia, salientando que eles nunca serão esquecidos em virtude da força do seu amor. A Verª. Gladis Mantelli , em nome da Bancada do PMDB, disse ser uma honra para esta Casa homenagear o avô e o poeta. Leu pensamento de autoria de Rudi Meireles, comentando a pouca importância dada pela sociedade contemporânea ao poeta. Destacou que o poeta e o avô possuem a sensibilidade como ponto comum, falando do pouco que tem sido feito pela sociedade em prol desses dois personagens, atentando para a importância de que os mesmos não continuem sendo marginalizados mas, isso sim, recebam a devida valorização. E o Ver. Hermes Dutra, em nome da Bancada do PDS, saudou os poetas pelo aniversário da Casa do Poeta Rio-Grandense e os avós, pelo transcurso de seu dia, falando sobre o amor e a sensibilidade transmitidas por essas duas figuras e lamentando os problemas que enfrentam pela falta de conscientização da sociedade do verdadeiro valor que elas possuem. Em continuidade, a Srª. Presidente convidou o Sr. Nelson Fachinelli a proceder à entrega dos diplomas aos Avós do Ano, Emílio Rocha e Maria A. Bartolome Prado; à Avó Homenageada Especial, Ercilar Avelar de Magalhães; ao Vovô Poeta, Francisco Ferreira Rodrigues; à Vovó Musa Poetisa, Gelça Martins; ao Vovô Artista, Luis Sandi; ao Vovô Homenageado Especial, Demos Thenes Gonzalez; convidou a Sra. Nilda Fogaça a proceder à entrega do Diploma à Avó Homenageada, Sra. Alcina Fogaça; convidou o Ver. Hermas Dutra a proceder à entrega do Diploma de Vovô Político ao Ver. Ennio Terra. Ainda, a Srª. Presidente procedeu à entrega do Diploma de Vovó Jornalista a Sra. Leite Weber. Ainda foram homenageados os Senhores Maria Alves Sorriso, Avó Jovem do Ano; Mário Quintana, Avô Homenageado Especial; Erni Pedroso, Vovô Trovador; Tulio Piva, Vovô Compositor; Aurea Vianna, Vovó Compositora; Benito Giusti, Vovô Jornalista; Zaida Schirmer Reinisch, Avó dos Poetas e Avó Homenageada; Braulina Madonado, Avó Homenageada e 2ª vovó dos Poetas. Em continuidade, a Srª. Presidente concedeu a palavra aos Senhores Nelson Fachinelli, Presidente da Casa do Poeta Rio-Grandense e Francisco Pereira Rodrigues, Avó Poeta do Ano, que agradeceram a presente homenagem. A seguir, a Srª. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezoito horas e vinte e sete minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela Verª. Teresinha Irigaray e secretariados pelo Ver. Ennio Terra, Secretário "ad hoc". Do que eu, Ennio Terra, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.

 

 


A SRA. PRESIDENTE: Nesta Sessão Solene, terna e emocionante, falarão os Vereadores Ennio Terra, Hermes Dutra e Gladis Mantelli, pelo PMDB.

Queremos comunicar que a Câmara Municipal de Vereadores recebeu, pela Sessão Solene requerida pelo Ver. Ennio Terra, telegramas do Governador Pedro Simon e do Sr. Fausto Toguinha.

Com a palavra, o Ver. Ennio Terra, que falará pelas Bancadas do PDT, PT, PL e PC do B.

 

O SR. ENNIO TERRA: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, hoje estamos homenageando carinhosamente com imensa justiça, duas personalidades sociais distintas, mas homogêneas, que intitularemos uma de “o patriarca” e a outra de “monarca”.

O patriarca no nosso caso é o amado e querido “velho”, o insuperável avô.

A outra personalidade é o monarca, é o soberano vitalício do reinado do lirismo clássico ou popular e que é o poeta.

Nosso patriarca, esteio da vida, - suspeito que sou para homenageá-lo, já que sou avô também -, essa situação me transforma num garoto e em um neto que vê naqueles cabelos brancos, orvalhados pelo sereno do tempo, a experiência de uma existência profícua que lançou no solo da vida a semente de uma geração.

Carinhosamente chamado de vovô ou vovó, essa personalidade tão marcante em nossas vidas, tão meiga e tão querida, é a testemunha ocular da vida e da história; é o conselheiro, o amigo das horas certas ou incertas, o velho companheiro, e é a criança adulta que brinca com seus netos, relembrando seus tempos de guri.

Temos desde o avô intelectual ao avô indigente, este abandonado pela sorte, pela família e pela crueldade de uma madrasta sociedade. Ambos, entretanto, merecem a mesma gratidão e respeito desta mesma sociedade que é, nada mais nada menos, do que o fruto distorcido da capacidade de discernir as mais elementares ou complexas coisas da vida, pela grande experiência de vivência de nossos avós.

E se essa mesma vida deu intelectualidade a uns e indigência a outros, é porque Deus, com sua imensa sabedoria, distribui-as de acordo com a sua vontade, cabendo a nós dar-lhes o reconhecimento e todo carinho de nossos corações para provarmos nossa capacidade de amor, de imenso amor...

O monarca, que é o nosso poeta, assim como os nossos amados avós, se fundem para nos transmitir poeticamente as coisas da vida, com aquela doçura muitas vezes ingênua, como o néctar das flores silvestres que dão vida aos campos e encanto aos nossos olhos.

Ambos têm um ponto, um vértice comum: - “a sensibilidade da vida” - um pela sua experiência, e outro pelo seu sentimentalismo.

O poeta vê no avô a glória do ápice de uma existência, num mundo de lutas e conquistas, numa vida rica de experiências apaixonantes e cheia de vitoriosas conquistas humanas.

Entretanto, o avô vê no poeta a própria voz de seu coração, a alma de sua existência, onde em cada verso ou em cada rima, sente, emocionado, desabrochar a saudade, e no lirismo de sua poesia, o prateado raio de luar que desbotou seus cabelos, e o dourado fulgor do sol que aqueceu seu coração.

Essa homenagem é uma tentativa de procurar resgatar a grande dívida de amor e de carinho que gerações e gerações devem a ambos. Não serão simples palavras que resgatarão essa imensa dívida de gratidão, mas sim gestos de reconhecimento, gestos de carinho, gestos de amor, como o que procuro nos versos que humildemente exprime o meu sentimento:

Meu Velho

 

                                                            Carlos Alberto da S. Alves

 

Meu velho! / Deixa-me ajoelhar-me no chão / Para com muita gratidão /

Pegar a tua mão..., e beijar...

Deixa-me afagar teus cabelos prateados / Lindos como algodão anelados / E tão salpicados de raios de luar...

Meu velho! / Quisera colher milhões de flores / Que falassem palavras de amores / Para cobrir os teus caminhos...

E que para que, a tua longa jornada / Seja sempre uma florida estrada / Junto com teus netinhos...

E que Deus com seu supremo poder / Na certa irá entender / As preces que fiz com fervor...

A esses avós tão queridos / Que nunca serão esquecidos / Por causa da força do nosso amor...

Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Concedemos a palavra à Ver.ª Gladis Mantelli, que falará em nome do PMDB.

 

A SRA. GLADIS MANTELLI: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, é uma satisfação para mim estar aqui, no dia de hoje, representando a minha Bancada, mas, por outro lado, assim como é uma honra gratificante, é difícil a tarefa de homenagear os poetas e avós, pois requer muita sensibilidade e sabedoria. Seria preciso ser um grande poeta para falar dos avós.

Como diz o poeta Rudy Meireles: falar do poeta é como falar da própria humanidade. Não temos idéia de sua idade. Creio que seja da idade do próprio homem. É como falar de um mistério, é querer desvendar o porquê de uma semente nascer a flor que retorna a ser semente para novamente ser flor. É querer descobrir as equações matemáticas dos astros, estrelas e cosmo. É querer descobrir até a existência de Deus.

O poeta é uma figura estranha. Nunca se sabe como ou quando ele se manifesta. Simplesmente ele chega no homem, na mulher, na criança ou no velho. Não escolhe classe social, raça, credo ou posição. Quando chega, é mais forte do que qualquer coisa. Pode desmoronar um reino, como pode construir um éden.

As reações do homem frente a este ser enigmático e misterioso são inúmeras: do amor ao ódio, do idolatrar ao massacrar. Vive o poeta na dimensão dos extremos, tanto do conhecido como do desconhecido. Ele é o centro. E as emoções ficam a rodeá-lo como átomos em sua volta, exibindo-se para que ele lance mão delas e com elas crie formas.

A sociedade contemporânea, no entanto, tem dado pouca importância à linguagem poética. Mais do que ela, vale a linguagem da política, da propaganda e de outros tipos, valorizados pelos resultados econômicos e sociais que possibilitam.

Podemos afirmar que a poesia faz parte da vida das pessoas em porcentagem muito baixa em comparação às mensagens publicitárias consumidas pelos indivíduos.

Assim como os poetas, os avós possuem alto grau de sensibilidade adquirida através de suas experiências. Eles vêem a vida como algo que flui com a simplicidade de um dia que amanhece ou o sorriso despreocupado de uma criança feliz.

Quanto mais avançada é uma sociedade, tanto maior é o respeito por aqueles que detêm em suas mãos o coração, a vivência - os pais velhos.

No Brasil, a preocupação com o idoso só ocorreu recentemente. As medidas que visam ampará-lo e protegê-lo estão sendo tomadas com muita timidez.

Nosso País, por ser constituído por uma maioria de jovens, sofre o problema da supervalorização da juventude, enquanto aos mais velhos - guardiões e alicerces da sociedade - é reservado o descaso. Prova disso é a dificuldade de emprego e o preconceito que sofrem as pessoas já a partir dos 40 anos.

Esperamos que os responsáveis pelos destinos da Nação e toda a sociedade saibam, com a sensibilidade dos poetas e a sabedoria dos avós, contribuir para modificar a situação extremamente injusta em relação aos idosos, como também oportunizar novos espaços de valorização para a poesia.Valorização esta oportunamente lembrada na ocasião em que comemoramos os 23 anos da Casa do Poeta Rio-Grandense, berço dos mais altos valores da poesia do nosso Estado.

Cumprimentos...

Não sou poeta, não tenho a pretensão de sê-lo, não consigo me comunicar tão bem quanto os poetas com as palavras. As palavras são difíceis de serem colocadas e serem escritas. Podemos usá-las nos momentos adequados ou até sermos felizes nestas colocações. Mas a poesia tem algo de lírico, tem algo de onírico. Tem algo que nos transporta para um mundo todo especial.

O Ver. Ennio Terra que declamou aqui, uma belíssima poesia, o que não vou fazer porque não sei, e outros que escrevem, que trabalham, que atuam, que vivem disso, sabem o quanto é difícil se colocar com palavras aquilo que a gente sente. As pessoas idosas através da sua vivência, da sua experiência, do seu carinho, da forma de chegar às pessoas aos seus netos, aos seus amigos, aos seus filhos, também, assim como os poetas, nem sempre são entendidas, nem sempre são compreendidas, porque acham que o seu tempo já passou, que as coisas que deveriam ser feitas, já as fizeram, que, hoje, o mundo é de outros, daqueles que vêm vindo. Talvez seja verdade: os que vêm vindo precisam do seu lugar. Mas aqueles que já chegaram a uma certa faixa de idade ainda têm muito a contribuir, ainda têm muito a dar. Têm a dar experiência, têm a dar amor, têm a dar compreensão, e precisam também de afeto, de carinho e de atenção, e nós somos responsáveis por isso. Uma sociedade é responsável por isso. Ela tem que ter uma preocupação com essas pessoas; assim como ela tem que ter uma preocupação com o processo cultural, do qual a poesia faz parte. A sociedade não pode marginalizar nem os velhos, nem os poetas. A sociedade tem a obrigação de participar, de comunicar, de inserir tanto um segmento quanto o outro no seu cotidiano, na sua estrutura, na sua forma de pensar. Por esta razão eu me sinto muito honrada, apesar de não ser capaz de usar as palavras como gostaria, de poder cumprimentar tantos avós aqui presentes, como os poetas que aqui estão. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Hermes Dutra, que falará em nome do PDS.

 

O SR. HERMES DUTRA: Exma. Sra. Ver. Teresinha Irigaray, 1ª Vice-Presidente da Casa, que preside os trabalhos desta Sessão; Ilmo. Sr. Nelson Fachinelli, Presidente da Casa do Poeta Rio-Grandense; ilustre Sr. Emilio Prado, Avô do Ano; Ilmo. Sr. Francisco Pereira Rodrigues - que inveja, avô, poeta e orador!- e, certamente, muitas coisas mais que não colocaram aqui, minhas senhoras e meus senhores.

Eu quisera ter palavras do poeta lírico que tem a capacidade de agarrar em sua mão a cor do pôr-do-sol do Guaíba e, transportando-a para a caneta, escrever em versos o que aquilo significa para hoje poder homenagear os avós. Eu quisera ter a força do poeta que canta a dor, do poeta que canta a terra e o sangue, para que com esta expressão pudesse externar palavras que significassem a homenagem merecida aos poetas e à sua casa, pelos seus 23 anos. Mas, falecendo estas condições, resta ao Vereador fazer, em nome do seu Partido, o Partido Democrático Social, uma saudação muito modesta, mas carregada de sinceridade, sobre estas duas figuras que os dois brilhantes oradores que me antecederam tão bem homenagearam, que é o poeta e que é o avô. Ah, eu quisera ser poeta ou quem sabe, poeta eu seja, mas talvez não tenha a coragem de escrever o que sinto. Quem sabe o poeta é, antes de tudo, um corajoso, que tem a coragem de botar para fora aquilo que sente por dentro. Ah, mas eu queria um avô ou uma avó para que vendo o meu neto correndo, fazendo as suas sandices, derrubando um vaso para reclamo da mãe, quebrando outra coisa para desespero do pai, ter a tranqüilidade de diante daquilo sorrir, porque o único compromisso do avô é amar. Mas não sou poeta e não sou avô, mas eu quisera ser. Avô, um dia vou chegar lá. Poeta acho que não. Mas, nesse dia, não é demais que se preocupe pincelar, com tintas de todos os matizes, em dois quadros: um, o quadro da homenagem, bonito, multicolorido, cheio de arco-íris que deságua naquele famoso pote de ouro que quando crianças tanto apreciamos; é o avô que ama, que recebe afeto e atenção, é o poeta que escreve, que tem o seu livro publicado e tem o seu esforço e talento reconhecidos, mas há outro quadro pintado com tintas mais escuras, o quadro que representa a falta de consciência da sociedade para com este que ainda ontem nos dava a força do seu físico e do seu coração, da sua mente e das suas mãos e que hoje, na velhice, relegado, economicamente nem se fala, sobretudo ao desprezo e à solidão, que é a dor maior. Que dor maior se pode ter de um velho - velho não no sentido pejorativo - do que a dor da solidão, daquele olhar que muitas vezes se vê e se enxerga o incômodo que muitos sentem, é um quadro com tintas negras, mas é um quadro que existe.

A nossa sociedade, como bem frisou a Ver.ª Gladis Mantelli, numa falsa ilusão, como se houvesse ilusão que falsa não fosse, pinta como se existisse uma eterna juventude; os valores de hoje, infelizmente, apoiados por todos e cabe até mesmo a mim bater a mão no peito e assumir a minha culpa, onde se valoriza o corpo e o multicolcorido das roupas e pouco se enxerga o conteúdo das cabeças. A nossa sociedade nos educou assim e sessões como a de hoje, se mil outros motivos não tivessem, haveria um que seria extremamente gratificante, meu querido amigo Emíilio Prado, Avô do Ano: seria o de que pelo menos, num dia, se reconhece, ou melhor, se tenta reconhecer o valor do avô. E este quadro também, meu caro Fachinelli, esse quadro escuro também não é diferente para o poeta, incompreendido, correndo, muitas vezes atrás de um editor que lhe dê a suprema graça de lhe editar um livro para que possa, ali, mostrar aos outros o que tem por dentro, e na maioria das vezes esta corrida acaba em nada, quando muito em chás de bancos e, às vezes, em até olhares de menosprezo ou de riso sarcástico, que ferem mais do que qualquer desavença que possa haver no bolso em relação a uma obra. São dois quadros que não podemos ignorar, e que no dia de hoje nós devemos dizer, mas que se diga para que se não fique inconsciente em relação a este problema, mas que se fale também no primeiro quadro, que é o quadro da festa, que afinal é o motivo que nos reúne no dia de hoje, numa Sessão já tradicional desta Casa, em que vejo ali o meu querido Ennio Terra, avô, e que vai ser, inclusive, jubilado, o avô político. Que bom, Ennio. Eu gostaria de ser teu neto, porque eu fico a imaginar o teu neto, quão feliz ele deve ficar com esta homenagem, como quão feliz devem ficar os netos de todos, que hoje tem o reconhecimento da Casa do Povo de Porto Alegre.

Meus queridos avôs e avós, meus caros poetas, iniciei dizendo que quisera ser poeta e quisera ser avô, para que em versos falasse e em versos dissesse tudo aquilo que por dentro sinto. Mas não sou. Agora, fica a pretensão, e sempre vale a pena porque, afinal, como dizia o próprio poeta, tudo vale a pena se a alma não é pequena.

Meu abraço muito sincero a vocês avós e a vocês, poetas, e que possam estes momentos pequenos, de hoje, se repetirem mais e mais vezes na vida de vocês. É o que desejo do fundo do coração. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Passaremos à entrega dos diplomas e eu pediria ao Sr. Fachinello que procedesse à leitura ou a entrega dos diplomas. Temos aqui vários avós homenageados nessa Sessão tão especial e tão terna proposta pelo Ver. Ennio Terra. Avós do ano nós temos Emílio Rocha Prado e Maria Bartoloni Prado. (Palmas.) Nós temos os avós homenageados especiais e eu tenho muita emoção em chamar uma queridíssima amiga minha de muitos e muitos anos. Eu me emocionei profundamente quando a vi entrar e adentrar neste Plenário, é uma avó muito especial, é a dona Hercília Villar de Magalhães que é a vovó poeta e artista. A dona Hercília tem 93 anos; lúcida, maravilhosa. (Palmas.) (É feita a entrega do diploma.) Nosso vovô poeta Francisco Pereira Rodrigues (Palmas.) (É feita a entrega do diploma.) A vovó musa, poetisa Gelsa Martins. (Palmas.) (É feita a entrega do diploma.) Queremos homenagear o vovô artista Luiz Sandi. (Palmas.) (É feita a entrega do diploma.) Uma homenagem muito especial, e nota-se que estou profundamente emocionada, a homenagem ao nosso vovô político e eu pediria a que aquele que queria ser o seu neto nesta hora, o Ver. Hermes Dutra, entregasse o Diploma ao Vovô Político Ennio Terra. (Palmas.) (O Ver. Hermes Dutra faz a entrega do Diploma ao Ver. Ennio Terra.) A homenagem à vovó homenageada, a nossa querida Alcina Fogaça. Pediria que a filha da Da. Alcina, Sra. Nilda, entregasse essa homenagem tão merecida. (Palmas.) (A Sra. Nilda Fogaça faz a entrega do diploma à sua mãe, Da. Alcina Fogaça, a Vovó homenageada.)

 

A SRA. NILDA FOGAÇA: Eu apenas gostaria de dizer que esta Vovó começou a escrever poesia aos 77 anos de idade. (Palmas.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Nós temos um vovô muito especial que será homenageado hoje, querido, amado e respeitado por todos. É o nosso queridíssimo compositor, poeta, amigo de todos nós, o Demóstenes Gonzales. (Palmas.) Eu faço a questão de entregar, em homenagem especial, também, a uma querida amiga minha que não revia há muitos anos, minha prezada amiga Leila Weber. É entregue o Diploma de Vovó Jornalista. (É feita a entrega do diploma.) (Palmas.)

A seguir, ouviremos a palavra do Sr. Nelson Fachinelli, Presidente da Casa do Poeta Rio-grandense.

 

O SR. NELSON FACHINELLI: Nobre e querida Vereadora Teresinha Irigaray muito digna Presidente desta Sessão Solene em homenagem aos 23 anos da Casa do Poeta Rio-grandense e aos Avós do Ano.

Querido irmão e líder comunitário, poeta Emílio Rocha Prado sem a sua Maria, Avó do ano de 1987.

Dileto poeta escritor e orador Francisco Pereira Rodrigues, Vovô Poeta 87.

Meu querido irmão e amigo, Ver. Ennio Terra autor da proposição que nos honrou com a palavra pelas Bancadas do PDT, PT, PL, PC do B. Minha querida irmã Ver.ª Gládis Mantelli, poetisa da palavra que falou pela Bancada do PMDB.

Ao nosso ilustre Ver. Hermes Dutra que falou pela Bancada do PDS, a Carlos Pessoa de Bauru, que foi o autor da Lei nº 3909/74, que é a Lei que oficializou a efeméride do “Dia dos Avós” em Porto Alegre, como exemplo para todo o Brasil. Então a nossa homenagem ao saudoso Vereador.

Queremos, também, agradecer à Câmara pela mensagem do Dia Nacional da Poesia, um Voto de Congratulações, esta efeméride ocorrida no dia 20 de outubro. Fazemos, aqui nosso preito de gratidão e o agradecimento ao irmão advogado e declamador, Dr. Alceu de Deus Collares, digno Prefeito da bem-amada Porto Alegre, pela cessão da sede conjunta da Casa do Poeta Rio-grandense, Grêmio Literário Castro Alves, Rua Visconde do Erval, 386, esta Sede que foi inaugurada no dia 20 de outubro de 1987, Dia Nacional da Poesia. Queremos reiterar o nosso agradecimento ao nobre Ver. Ennio Terra, desta Casa do Povo, pelo ato de aprovação, por esta Câmara, da Rua Moacir Sant’Ana, nosso saudoso poeta escritor, rua essa recentemente inaugurada.

Queremos, agora, nesta homenagem, um pequeno trecho, ler, do Poema a Casa do Poeta, do nosso sócio honorário, ilustre poeta Valmir Ayala, que fez este trabalho há muitos anos atrás e que homenageia a nossa Cidade.

Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, queridos avozinhos, nada melhor do que, na Casa do Povo, a nossa mensagem reivindicatória. Aos Srs. Vereadores, aos homens de boa-vontade de todo o mundo o nosso “Canto de Amor e de Antiviolência”.

 

CANTO DE AMOR E DE ANTIVIOLÊNCIA

 

(no dia do meu aniversário, o meu presente aos bons, justos e pacíficos)

 

FAÇO O MEU CANTO DE AMOR E DE ANTIVIOLÊNCIA

o meu veemente apelo humanitário

aos homens de boa vontade e decência;

I

DAR TRABALHO

a quem busca ou precisa

de pão, de teto e de agasalho;

II

DAR AMOR, MUITO AMOR

aos carentes de ternura,

aos abandonados ou solitários na dor;

III

DAR CARINHO E PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS

para que elas não fiquem abandonadas,

registradas apenas no rol das esperanças;

IV

TER RESPEITO AOS MAIS VELHOS, OS IDOSOS,

para que eles possam viver condignamente,

não (mal) tratados como entes leprosos;

V

FAZER INTEGRAÇÃO SOCIAL DOS MARGINAIS

para que eles não vivam à margem da vida

como (sobre) viventes desumanos ou animais;

VI

CUMPRIR JUSTIÇA AOS QUE VIVEM ESCRAVIZADOS

por vícios, ódios ou meros preconceitos,

para que o direito de TODOS sejam respeitados;

VII

LEIS FORTES PARA SANAR A VIOLÊNCIA, A MATANÇA,

a fim de que os homens de bem não se sintam fracos

e possam VIVER SEM MEDO E COM SEGURANÇA!

 

Nelson Fachinelli

(Presidente da CASA DO POETA RIO-GRANDENSE, no 52º aniversário, na bem amada Porto Alegre, em 9 de novembro de 1987.)

 

Este é o nosso canto de antiviolência para homenagear os poetas rio-grandenses e aos nossos queridos avós.

Para encerrar, a nossa oração de agradecimento e de homenagem aos nossos queridos irmãos poetas que trabalham pela cultura porto-alegrense e do Rio Grande do Sul. Aos nossos queridos avós para que recebam ternura e carinho de seus netos e filhos e que possam ter uma família mais humana, fraterna e amorosa. Encerrando, a nossa mensagem de paz.

 

“Mensagem

Desde os primórdios do mundo a Poesia se faz presente, do modo profundo, no coração da humanidade, pois Deus - o Poeta dos poetas, colocou na natureza, de beleza e constituição multiformas, toda sua divina grandiosidade.

A Poesia, portanto, faz parte da gênese do Universo e sua evolução.

Nos momentos épicos, heróicos, românticos ou de martírios do Homem, ela sempre esteve presente: numa imagem, num gesto ou numa frase e, principalmente, no verso, na estrofe ou mesmo numa oração.

O mundo sempre foi carente de Poesia de amor, de exaltação à Pátria, de protestos aos tiranos e desumanos. Sem ela, o universo é árido, sem beleza, raso de sentimento.

Poesia é vida, liberdade. Está no sorriso das crianças, na sabedoria dos velhos, na coragem dos jovens; está em toda a humanidade, nos momentos de exaltação e de lamentos.

Apesar dos pesares, MAIS DO QUE NUNCA É PRECISO CANTAR.

Por isso, irmãos Poetas de todo o mundo, de todas as formas de estruturas e estéticas, conclamamos cantar e contar tudo para todos (como ensina mestre Torrierri Guimarães), sem exceções, para esta e gerações futuras.

Sempre foi e sempre será IMPORTANTE O CANTO DOS POETAS.

Em toda Poesia escrita, em cada obra poética publicada, no cantar de nossos Poetas, Trovadores e Artistas, vemos a Poesia renascida, amada cada vez mais.

E isso nos ajuda a reafirmar: A POESIA NÃO ESTÁ MORRENDO NEM MORRERÁ JAMAIS!

Embora o progresso desigual, apesar do materialismo reinante, a Poesia é essência da própria vida, da alma imortal do Homem.

E, sendo Eterna, atravessará os séculos, lutando pelo bem, pelo amor, pela paz.

No diálogo de Criador e criatura, o dom eterno da Poesia se faz presente aos homens de todas as gerações.”

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao poeta Francisco Pereira Rodrigues.

 

O SR. FRANCISCO PEREIRA RODRIGUES: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, meus Senhores e minhas Senhoras.

Eu estou emocionado, e temo que a emoção me turve o pensamento, me dificulte o raciocínio. Convidado, ontem à noite, para fazer este discurso, eu não tive tempo de preparar um trabalho à altura dos foros de cultura desta Casa Legislativa de Porto Alegre. A presença destas duas velhas Ercília Magalhães e Alcina Fogaça (Palmas.) me empurra para o passado, não o passado longínquo, mas muito perto de mim, e vou ao encontro da minha mãe que, aos noventa e seis anos de idade, recitava Castro Alves! (Palmas.) A presença destas duas senhoras me comove e, emoldura essa presença, pela palavra brilhante dos Vers. Ennio Terra, Gládis Mantelli e Hermes Dutra, eu penso que deveria ter preparado um discurso, para ficar registrado aqui, à altura do pronunciamento de V. Ex.as. Mas o tempo não permitiu. Envolvido com a Feira do Livro, onde acabo de lançar um romance e concedendo entrevistas para a televisão, eu ocupei a noite de anteontem e o dia de ontem. Mas talvez eu possa desempenhar a missão, porque, no ambiente em que me encontro, estas tribunas, esta assistência, os Srs. Vereadores, me fazem recordar a minha vida política, peregrinando pelo interior do Rio Grande. Na Câmara Municipal de Itaqui, onde trabalhei 4 anos e lancei, em 1948, a semente da Reforma Agrária, que, por infelicidade, talvez devido ao tamanho, à pequenez daquela cidade, não foi recolhida para a posteridade, mas está arquivada naquela casa. Lá, eu acompanhei velho, quando eu era moço. Velhos, como existem velhos em todos os lugares, pedindo esmolas, consumindo-se, na campanha ou na cidade. De lá, o destino me jogou em Taquari, onde novamente ocupei a Vereança e encontrei os mesmo problemas da velhice. Posteriormente, fui dar com os costados na cidade de Farroupilha, onde o povo bondoso me elegeu Vereador novamente e lá, o problema do velho era o mesmo: sofredor, abandonado, vivendo no recôndito dos lares e dos lares pobres, sem ao menos um asilo confortador. De lá, novamente, o destino me jogou como Prefeito de General Câmara e, emendando todos estes mandatos, eu pude perceber que os problemas do Rio Grande do Sul, do interior do Rio Grande do Sul, são os mesmo que os Srs. Vereadores, em Porto Alegre, enfrentam. E porque eles são problemas cruciais e porque eles dependem, não apenas do governo, muito mais do que isso, eles dependem da compreensão e do amor do povo, para que não seja o velho marginalizado tanto quanto está sendo agora, marginalizado no trabalho, marginalizado na vida social, e até dentro dos lares, onde são considerados quadrados. Eu tenho um panorama muito triste dessa realidade, estou velho, cercado de netos e quis o destino que eu fosse feliz, um velho como muitos que tem por aí, um velho que trabalha, que escreve, que pensa e que sonha por um Rio Grande melhor. (Palmas.) E então, eu, nós, os velhos, olhamos em redor de nós e temos o neto, e pensamos no futuro desse neto, no futuro do neto dentro de uma Pátria grande e rica, um dos Países mais ricos em potencial, e que vive momentos tão tristes, de tanta desorganização que estamos a um passo do caos. Então, é preciso que os velhos, com sua experiência, com aquele trabalho que realizaram em prol da sociedade em que vivem, levantem-se, não se deixem vencer pela idade, levantem-se e formem na vanguarda, ao lado dessa mocidade, onde se encontram os nossos netos; o amor do avô pelo neto, posso dizer com segurança, é o mesmo amor do filho dobrado por dois; nós queremos o neto com um amor tão intenso, mais intenso do que o amor do filho para com o pai, e nele vemos tudo quanto deixamos de fazer; queremos que o nosso filho seja um general, queremos que o nosso filho seja um doutor, queremos que ele seja um vereador, que seja um deputado, que vá para o Poder Executivo e possa realizar, por este País grande, rico, belo, hospitaleiro o destino que ele deve alcançar.

Não posso, senhores, me demorar aqui. O relógio corre, mas quero deixar aqui para os senhores meia dúzia de versos que pude compor na hora de vir para cá. Não é meia dúzia de estrofes. Não se assustem.

Que vai retratar o velho, / o velho que é a senhora, / o velho que é Demóstenes, / aqui um velho moço, / um velho que sou eu aos 75 anos, / um velho que deve pensar, / como pensa um jovem de 18 anos.

A vida vai sumindo, / e trôpego, cansado, / um velho bamboleia os passos / a tremer - não pensa mais em si, / mas preocupado sonha para o neto / que lhe cresce ao lado, / tudo o que ele foi / e o que não pôde ser, / doutor ou general coberto de troféus, / dominar o mundo e conquistar os céus.

Tenho dito.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE: Nesta Sessão emocionada e emocionante, proposta pelo Ver. Ennio Terra, onde é realmente cristalina uma realidade, que é a situação do idoso e a marginalização do idoso e dos nossos poetas, fico muito gratificada em poder saudar os presentes, na figura de Nelson Fachinelli, presidente da Associação Rio-Grandense de Letras, e saudar, também, os avós que aqui estão e já disse em outras vezes que a vida, Ver. Ennio Terra, sempre é um reencontro, um reencontro de emoções, e hoje tive um, porque lembro da D. Hercília quando aos 14 anos, 15 anos, eu entrei numa sala do então Partido Trabalhista Brasileiro, e a D. Hercília estava sendo convidada para discursar em homenagem a um líder político. Anos mais tarde eu assisti a dona Hercília Magalhães falando na Carta Testamento do então falecido Presidente Getúlio Vargas. E a imagem da dona Hercília sempre tive presente como mulher política, mulher poeta, como mulher dinâmica e atuante da sua época e da sua geração. Hoje receba os meus cumprimentos emocionados sim, de uma avó também, de uma avó de 2 netos que nem me chamam avó, porque agora é diferente, me chamam pelo meu apelido; meus netos me chamam de Teca, uma coisa carinhosa, humana e sensível; nunca tive avós, nem maternos, nem paternos, mas gostaria de tê-los, porque acho que os avós são os pais de açúcar, são aqueles que, na traquinagem dos netos acolhem, como disse o Ver. Hermes Dutra, acolhem com todos os seus defeitos e em todos os seus momentos exclusivos, em todas as suas correrias eu gostaria de ter tido, seria um refúgio para muitos momentos da minha - posso dizer - existência e atribulada passagem por esta vida. Não tive o prazer de ser avó e agora sinto a emoção de receber os meus netos e de participar do seu cotidiano e das suas aventuras.

Ser poeta também gostaria de ser, como disse o Ver. Hermes Dutra. Mas é muito difícil ser uma avó poeta ou uma poeta avó, às vezes a gente consegue, como é a minha amiga Alcina Fogaça; às vezes consegue traduzir tudo isso. E num dos meus almoços da poesia crioula, eu ouvi e o Nelson Fachinelli também assistiu um verso recitado pelo avô, Adelar Tubino, que recitou uma poesia chamada Rodrigo. Era homenagem ao neto de 6 anos onde ele dizia e eu me emociono hoje e até agora quando lembro, que feliz ele seria quando aquele neto canhoto, de mão destra que entregava o amargo para ele nas tardes ou nas manhãs luminosas, que feliz ele seria se tivesse aquele neto, o Rodrigo, na sua passagem desta vida para outra. Na hora da passagem que ele tivesse a entrega daquele mate, daquele amargo que costumavam privar cotidianamente. Isso me emocionou e mostra como os avós, os poetas se entrelaçam dentro desta vida tão cheia de percalços, desta vida tão cheia de emoções.

Feliz foste tu, Ennio Terra, em teres proposto esta Sessão, onde, nesta Casa os problemas às vezes se agigantam e as emoções se transformam em batalhas quase que campais aqui dentro, de uns contra os outros, em seus antagonismos políticos e onde nós estamos unidos, dentro de uma tarde fraterna e feliz, homenageando os poetas, essas figuras maravilhosas que nos dão emoção e a sensibilidade das suas poesias e dos seus escritos, e essa coisa tão singela, tão humilde, tão simples que é o ser Avô, ou o ser Avó, o saber ser Avô ou Avó.

Então, esta Casa, nesta hora, neste final de tarde bonito, luminoso ainda, nós nos sentimos muito felizes em poder homenagear os nossos poetas, os nossos Avós, as nossas Avós e dizer que a Casa do Povo está realmente numa tarde de muita e muita felicidade. Muito obrigada. (Palmas.)

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 18h27min.)

 

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